domingo, 4 de dezembro de 2011

O Educador Musical no Brasil

O Educador Musical no Brasil

A qualquer momento a música invadirá salas de aula, pátios e jardins de todas as escolas do país, isso graças à aprovação da Lei 11.769, sancionada pelo Presidente Lula no dia 18 de agosto de 2008. 
As escolas teriam até agosto de 2011 para se adaptarem à nova Lei, ou seja, para incluir o ensino de música em sua grade curricular, para o ensino fundamental e médio, comprar materiais e verificar se possuem professores capazes de ministrar as aulas, pois nem todos possuem docentes.
Verifica-se claramente que as escolas do país não se adaptaram à nova Lei, então segundo Magali Kleber, presidente nacional da ABEM (Associação Brasileira de Educação Musical), terão que solicitar uma extensão deste prazo.
O ensino de música nas escolas já fez parte dos currículos escolares, mas foi retirado na década de 1970. O projeto de lei para o retorno dessa disciplina foi proposto pela senadora Roseane Sarney e surgiu com a mobilização do Grupo de Articulação Parlamentar Pró-Música, formado por oitenta e seis entidades, como universidades, associações e cooperativas de músicos.
Lula, porém, vetou o artigo que previa a formação específica na área musical para ministrar a disciplina, justificando que a música é uma prática social e, no Brasil, há diversos profissionais sem formação acadêmica específica ou oficial na área e que são reconhecidos nacionalmente. Esta idéia é defendida pelo professor de iniciação musical Paulo Gomes , onde cita que a formação superior em música não é o principal para definir um bom músico, mas é reprovada pela maioria das autoridades ligadas à esta área. Segundo Lula, o importante é que o professor saiba passar conhecimentos teóricos e práticos para os alunos, e no momento de contratá-lo, cabe à escola verificar se ele se adapta à proposta curricular.
Para a maioria dos especialistas nesta área o profissional habilitado em educação musical tem uma formação mais ampla que o músico, pois o curso expõe os principais métodos de ensino dentro do contexto musical. O educador musical precisa ser mais que um artista,  pois terá que desenvolver sua habilidade de transmitir conhecimentos aos outros.
Antes da Lei, a música era conteúdo optativo na rede de ensino, a cargo do planejamento pedagógico das secretarias estaduais e municipais de educação, o que agora será uma obrigatoriedade.
Para especialistas, a aprovação da Lei, significa uma formação mais humanística dos estudantes, na qual serão desenvolvidas habilidades motoras, de concentração e a capacidade de trabalhar em grupo, de ouvir e de respeitar.
A música contribui para a formação integral do indivíduo, reverencia os valores culturais, difunde o senso estético, promove a sociabilidade e a expressividade, introduz o sentido de parceria e cooperação e auxilia no desenvolvimento motor, pois trabalha com a sincronia de movimentos.
Ao entrar em contato com a música, zonas importantes do corpo são acionadas, os sentidos, as emoções e a própria mente. Por meio da música a criança expressa emoções que não consegue expressar com palavras. 
O objetivo de inserir música nas escolas brasileiras não é de formar músicos, mas desenvolver a criatividade, a sensibilidade e a integração dos alunos.
Antigamente música era uma disciplina, hoje não. Ela é apenas umas das linguagens da disciplina chamada artes, que pode englobar ainda artes plásticas e cênicas. A idéia é trabalhar com uma equipe e, nela, ter entre os profissionais o professor de música. Cada escola terá autonomia para decidir como incluir esse conteúdo de acordo com o seu projeto político pedagógico.
O importante, portanto, é que as aulas sejam baseadas na proximidade com o universo infantil. O ideal é que as crianças tenham uma iniciação musical e sejam  apresentadas a diferentes instrumentos musicais, para que, mais tarde, descubram de qual elas mais gostam.
A aprendizagem musical deve fazer sentido para o aluno. O ensino deve se dar a partir do contexto musical e da região na qual a escola está situada, não a partir de estruturas isoladas.
Aos pais cabe o direito de observar se realmente seus filhos estão tendo aulas de música com uma equipe adequada, ou mesmo se esse tipo de aula está sendo oferecida na escola dele.


Fontes: Acesso em 22, 23 e 24 de novembro de 2011.

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